Largo do Lidador e Largo de S. Tiago, Beja

O acompanhamento arqueológico das obras para a implantação de infraestruturas de eletricidade de baixa tensão no Largo do Lidador e Largo de S. Tiago, na cidade de Beja, decorreu nos dias 7 e 8 de Abril de 2016. Estes trabalhos foram adjudicados pela João Jacinto Tomé, S. A.

Localizada no Baixo Alentejo, Beja define-se como uma cidade onde predomina um clima de influência Mediterrânica, sendo preponderantes as atividades de cariz agrícola. O conjunto destas realidades contribuiu igualmente para que esta zona se tenha tornado, ao longo da História, um local de grande importância a nível de ocupação e organização humana, de que é exemplo o Núcleo Arqueológico da Rua do Sembrano, que abarca uma baliza cronológica que vai desde o III milénio a.C. até ao Período Contemporâneo.

É neste contextos que se insere o espaço correspondente ao Largo do Lidador e Largo de S. Tiago, estando a zona de intervenção localizada nas imediações dos edifícios da Sé de Beja/Igreja de S. Tiago, com datação do séc. XVI, e do Castelo edificado no séc. XIII, havendo indícios de que se encontra assente sobre um castrum do período romano.

Os trabalhos acompanhados cingiram-se às intervenções no solo e no subsolo, que foram efetivadas, mais concretamente, na abertura mecânica de uma vala. De salientar que esta área já tinha sido alvo de intervenção integrada neste projeto, num momento prévio ao início do acompanhamento arqueológico.

Pela especificidade do local, que permitia avançar para a hipótese da existência de vestígios de caráter arqueológico e/ou o surgimento de eventuais contextos preservados, tal facto não ocorreu, em parte pela cota de afetação atingida em certos pontos da vala, e que se traduziu por áreas onde se atingiu pouca profundidade. Além disso, refira-se a ocorrência de infraestruturas e respetivas valas de implantação, que apontaram para uma intervenção e eventual afetação de contextos arqueológicos preservados num passado recente.

Salientou-se a ocorrência, na confluência da Rua/Largo do Condessa com o Largo de S. Tiago, de uma estrutura positiva em alvenaria. Esta estrutura, visível unicamente em plano e com uma extensão reduzida, não estava associada a quaisquer materiais que permitissem apontar para uma datação, nem qualquer particularidade e/ou especificidade que esclarecesse a sua funcionalidade.

Desta forma, procedeu-se ao registo da referida estrutura de acordo com os procedimentos exigidos, tendo posteriormente sido coberta com rede laranja de protecção e sinalização, e aterrada. Posto isto, consideraram-se devidamente cumpridos os objetivos propostos.

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