Travessa André Valente, nº 13-19, Lisboa

Estes trabalhos arqueológicos desenvolveram-se no âmbito do empreendimento da Travessa André Valente, nº 13-19, Lisboa. Efectuaram-se três sondagens de diagnóstico (numa área total de 6,75 m²), implantadas nas áreas de construção de vigas, com o objectivo de avaliar o potencial arqueológico deste espaço e consequentemente determinar as medidas de minimização a aplicar.

Os dados obtidos nesta intervenção, que decorreu entre os dias 26 e 27 de Novembro de 2012, permitiram determinar que a zona onde foram implantadas as sondagens correspondia a uma área de exterior, estruturação do espaço que é visível na planta de 1856 de Filipe Folque.

A sequência de ocupação do espaço apresenta semelhanças nas sondagens 1 e 2. Sob o actual pavimento em cimento foi identificada uma calçada de blocos de basalto, que remete para a utilização desta área como exterior/ pátio. As realidades estruturais identificadas na sondagem 1 reportam-se a um poço e a uma possível canalização. No entanto, os dados obtidos na presente intervenção são insuficientes para uma caracterização da mesma, pressupondo-se a sua funcionalidade pela relação com o poço.

Na sondagem 2 identificou-se, no perfil Oeste, uma estrutura de alvenaria, construída em argamassa com tijolos de burro no topo que, aparentemente, formam um arco. Os dados disponíveis são insuficientes para a sua caracterização funcional e cronológica, não sendo igualmente viável determinar se existe alguma relação com as estruturas registadas na sondagem 1. Os depósitos associados (de formação posterior) reportam-se a aterros onde a componente artefactual é escassa e pouco representativa, permitindo apenas datar a sua formação de Época Moderna/ Contemporânea.

Na sondagem 3 a potência estratigráfica era menor, tendo-se registado o substrato geológico a cerca de 30 cm da superfície da calçada. Os depósitos reportavam-se a aterros, não se tendo recolhido qualquer componente artefactual, facto que condiciona a atribuição de cronologia. Tendo presente os elementos disponíveis para as restantes sondagens pode assumir-se a Época Moderna/Contemporânea como o período mais provável para a sua formação.

Os depósitos intervencionados nas três sondagens de diagnóstico foram interpretados como aterros, sendo a componente artefactual escassa e pouco representativa para a atribuição de cronologias mais finas, quer para a sua formação quer para a construção das estruturas registadas nas sondagens 1 e 2.

Tendo em conta os resultados obtidos, considerou-se como medida de minimização adequada o acompanhamento arqueológico de todas as movimentações de terra a realizar no âmbito da empreitada, salvaguardando-se o eventual aparecimento de realidades não identificadas nas sondagens. Relativamente às estruturas identificadas, teriam que ser definidas em área e devidamente registadas (gráfica e fotograficamente) no decorrer do acompanhamento arqueológico.

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