Rua Augusta, 147-155, e Rua da Vitória, 49-55, Lisboa

Os labores arqueológicos (escavação e acompanhamento arqueológico) efetuados no âmbito do projecto de reabilitação do edifício sito no n.º 147-155 da Rua Augusta e no n.º 49-55 da Rua da Vitória, em Lisboa, foram adjudicados à ERA-Arqueologia pela Cushman & Wakefield.

Os trabalhos de escavação decorreram entre os dias 17 e 27 de Abril e os dias 25 e 26 de Junho de 2015. Os subsequentes trabalhos de acompanhamento decorreram (com interrupções pontuais) ao longo dos meses de Julho, Agosto e Setembro do mesmo ano.

A escavação realizada por via manual, numa área total de 35.12 m² (piso 0 -10,6 m²/cave – 24.50 m²), revelou a profunda afectação do local resultante da construção da cave atual, em cerca de 3m abaixo da superfície (área pedonal da Rua Augusta). Certamente os níveis relacionados com a construção do edifício de construção pombalina foram arrasados durante a referida remodelação.

Nesse sentido, os diferentes níveis de aterro identificados durante a escavação arqueológica da área da cave corresponderam a contextos secundários que resultaram da destruição de contextos primários (preservados). Esta realidade comprometeu uma clara datação das estruturas identificadas como preexistências, eventualmente fundações do bairro pré-pombalino.

Os depósitos identificados foram caracterizados como aterros, relacionados com esta alteração que decorreu certamente durante o século XX, a julgar pela presença de cerâmica de construção (fragmentos de tijolo industrial) abundante nos níveis de aterro escavados, à excepção do depósito enquadrado no período Moderno (pós-terramoto).

Salientou-se que, no piso 0, a identificação de uma pequena fracção de uma calçada em basalto preservada permitiu identificar uma realidade certamente anterior à construção do edifício, tendo sido possível percepcionar uma afectação dessa realidade correspondente a esse momento.

Tendo em consideração os aspectos apresentados, foram autorizados os trabalhos de desmonte acompanhado das estruturas registadas na Cave no estritamente necessário à prossecução dos trabalhos afectos à empreitada, no que concerne à execução de micro-estacas, sapatas e vigas de ligação entre as mesmas.

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