Rua Ivens 18-28/ Rua Capelo 2-4B, Lisboa

Realizados entre 13 e 22 de Maio de 2015, estes trabalhos decorreram no âmbito do Projecto de Recuperação do Edifício da Rua Ivens 18-28/ Rua Capelo 2-4B, em Lisboa. As sondagens efetuadas concentraram-se na área Oeste do edifício, complementando a sequência estratigráfica identificada nos trabalhos arqueológicos realizados, em 2009, na área Sudeste (Ferreira: 2009).

A escavação das sondagens demonstrou uma ausência de vestígios arqueológicos cronologicamente atribuíveis a períodos anteriores ao Terramoto de 1755. Contudo, foi possível identificar elementos estruturais, tais como alicerces de fundação e pavimento em lioz, que correspondem à fase contemporânea de construção do edifício, entre os anos de 1755 e 1807. Testemunhando uma fase de reconstrução da cidade de Lisboa após o Terramoto, constituem elementos de inegável valor histórico e patrimonial.

A área onde se localiza o edifício constitui uma área da cidade bastante afectada pelo Terramoto de 1755, o qual terá destruído fortemente toda a malha urbanística existente. A implantação de estruturas directamente no substrato geológico, bem como a identificação do substrato a uma cota bastante próxima das cotas actuais de pavimento, imediatamente abaixo dos níveis contemporâneos de pavimento e aterro, parecem confirmar os dados segundo os quais algumas áreas do Chiado terão sofrido acções de decapagem do solo após o Terramoto.

Por outro lado, as infraestruturas de saneamento ou águas identificadas, os contextos estratigráficos correspondentes a aterros e as estruturas de sapatas de pilares atestam uma contínua afectação desta área e alteração do edificado desde o século XIX até aos séculos XX-XXI.

A intervenção permitiu confirmar alguns dados arquitectónicos, caracterizar e avaliar o interesse patrimonial do local e aferir a evolução cronológica do espaço, complementando, como se adiantou, os dados obtidos nos trabalhos arqueológicos realizados em 2009 (Ferreira: 2009). 

Por fim, preconizou-se como medida de minimização e salvaguarda o acompanhamento arqueológico das áreas afectas à empreitada e que implicassem qualquer movimentação de terras, procurando registar todas as todas as estruturas relacionadas com a fase de construção do edifício, bem como acautelar o aparecimento de vestígios arqueológicos anteriores ao ano de 1755.

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