Largo de São Julião, 15-19, Lisboa

O prédio sito no n.º 15-19 do Largo de São Julião assume inequívoco protagonismo numa zona de Lisboa com ocupação urbana desde o Período Romano. Tal destaque decorre não só da sua localização relativa – junto do Museu do Dinheiro do Banco de Portugal e dos Paços do Concelho – mas também do facto de constituir um exemplo notável de Prédio de Rendimento da reconstrução pombalina da baixa lisbonense.

Assim, concluiu-se que este imóvel se encontra abrangido pelos limites geográficos do Plano de Pormenor de Salvaguarda da Baixa Pombalina, localizando-se ainda na Zona Especial de Proteção das áreas arqueológicas da Antiga Igreja de São Julião e da Muralha Dionisina.

No caso específico do n.º 15-19 do Largo de São Julião, no que concerne à avaliação de benefícios e riscos de uma intervenção, foi possível propor um aumento da volumetria do edifício até à cércea do prédio contíguo n.º 20-23. Acresce a necessidade de reposição da métrica dos vãos da fachada da Calçada de São Francisco n.º 23-37, no limite Norte do quarteirão. O quadro jurídico permitia aumentar o último piso em altura até igualar o pé-direito do prédio que lhe encosta à direita, sem que ultrapassasse a cota da sua cércea e a sua cobertura, cuja tipologia deveria forçosamente ser respeitada. Não obstante, tal ação não dispensava a autorização da autoridade camarária competente.

Refira-se ainda que o estado dos nossos conhecimentos permitia conjeturar a existência de uma estratigrafia urbana até 10 metros de profundidade, entre os períodos Moderno e Romano.

Como tal, considerou-se adequado e vantajoso para o projeto proceder a um estudo detalhado da arquitetura do edifício e, também, realizar uma avaliação aprofundada do estado de conservação dos elementos constituintes do mesmo. Tais medidas e ações seriam suscetíveis de conduzir à adoção de soluções arquitetónicas integradas, conciliando a preservação patrimonial do edifício com um concomitante acréscimo de prestígio e valor.

 

 

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