Palácio dos Condes de Tomar, Lisboa

A recuperação do Palácio dos Condes de Tomar contempla a conservação e restauro do seu património integrado, ação que decorreu sob a responsabilidade da ERA e que teve início no final de 2016. Para além do objetivo geral de reabilitar, recuperar e capacitar o espaço para a sua nova função, houve a preocupação inicial de travar o processo de degradação em que alguns elementos de revestimento se encontravam, tarefa de carácter urgente que foi realizada pela equipa de conservadores-restauradores da ERA.

A intervenção de conservação e restauro deste património trata-se de um projeto de grande envergadura e complexidade devido não só à grande diversidade de materiais e de estruturas de suporte, como também à natureza compósita de muitos dos elementos existentes, o avançado estado de degradação de alguns materiais e a compatibilização das pré-existências com as necessidades de um edifício que deve seguir as atuais normas de segurança.

A intervenção decorreu no interior e exterior, em 320 itens, de 12 tipologias de materiais distintos, distribuídos por 12 salas, em 3 pisos mais cobertura. Importa sobretudo destacar as intervenções complexas sobre os exuberantes tectos em estuque decorativo policromo, dourado, de grande relevo, as paredes em fingidos de pedra, estuques de revestimento da escadaria de aparato e a cúpula em vidro colorido em falsa grisalha. Por último, o ex-libris do edifício: o revestimento em couro dourado gravado e policromo, representando elementos heráldicos da família dos proprietários e animais fantásticos de uma das salas, um dos raros testemunhos da técnica de guadamecil, não apenas na cidade, mas em todo o país, e que se encontrava em avançado estado de meteorização.

Para cada um destes itens foram executados ensaios expeditos e o estudo geral das técnicas e materiais existentes, bem como o levantamento de patologias in situ, registo gráfico e fotográfico. A partir destes foram estabelecidas as várias possibilidades e amostras para a sua recuperação, desenvolvidas com base nos princípios de conservação e restauro e nas Cartas e Convenções Internacionais estabelecidas para recuperação e adaptação do património móvel e integrado. 
  

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