EDP-Gás, Rua Dom Frei Caetano Brandão, 154 e 161-C, Braga

Os trabalhos arqueológicos realizados no âmbito do empreendimento "Conduta de distribuição secundária Gás-Natural – Braga (Rua Dom Frei Caetano Brandão)" foram adjudicados à ERA-Arqueologia pela EDP-Gás e decorreram nos dias 28 e 29 de Maio de 2012.

Os edifícios n.º 154 e n.º 161-C da Rua Dom Frei Caetano Brandão encontram-se num local cuja ocupação remonta às origens da cidade romana. De facto, esta artéria encontrou-se abrangida pelos perímetros muralhados da cidade romana, e também da cidade medieval. Apesar do seu traçado atual remontar ao séc. XIX, jazem por baixo deste evidências arqueológicas tanto da traça urbana medieval como da romana.

A rua atual vem desembocar a sul no Largo de S. Paulo Osório, onde presumivelmente se situaria o fórum romano de Bracara Augusta, localizando-se, portanto, na zona de condicionamento arqueológico conforme definido no PDM de Braga. Assim, houve necessidade de proceder ao acompanhamento arqueológico dos trabalhos para a avaliação dos eventuais impactes da obra sobre vestígios arqueológicos.

Os trabalhos arqueológicos em questão foram realizados num curto espaço de tempo e não implicaram grandes escavações. Contudo, a zona da sua realização é altamente sensível do ponto de vista arqueológico e patrimonial, por se tratar de uma intervenção no centro da cidade de Braga em cujo subsolo jazem variadas ruínas, nomeadamente do período Romano.

Assim, e apesar da pequena magnitude dos trabalhos de escavação, foi feito o acompanhamento dos mesmos, que consistiram na abertura de duas valas para estabelecer duas ligações domésticas à rede de gás natural.

Os trabalhos decorreram em duas zonas distintas da Rua Dom Frei Caetano Brandão, a saber, frente aos n.º 154 e n.º 161-C. A profundidade de escavação nunca excedeu os 80 cm, pelo que os níveis expostos apresentaram características distintivas de níveis de revolvimento, resultantes de obras dos mais variados tipos, desde assentamento do piso atual a implantação de condutas de águas e saneamento.

Na primeira ligação, não se observaram evidências patrimoniais, pelo que os trabalhos decorreram sem limitações. Na segunda ligação, contudo, verificou-se a existência de lages de cobertura de uma grande cloaca, detetadas a cerca de 70 cm de profundidade em relação ao atual nível de circulação.

Foi proposto no terreno, como medida de minimização, o aterro da estrutura com uma camada de terra com cerca de 10 cm de espessura, e o assentamento da conduta de ligação de gás por cima da mesma. A conduta de ligação consiste num cabo de reduzidas dimensões feito em material plástico e com um peso mínimo, não sendo assim provável que viesse a perturbar a estrutura, salvo algum mal funcionamento. Resolvida esta situação, nada mais houve de importante a registar, pelo que os trabalhos decorreram normalmente.

Foi feito o registo fotográfico de todas as fases da execução das ligações. O registo da localização da evidência patrimonial foi feito em relação ao cunhal pétreo da esquina sudoeste do n.º 161-C, no cruzamento com a Rua D. Afonso Henriques, por forma a registar a sua localização em suporte gráfico.

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