Requalificação do Cais do Sodré/Corpo Santo (Lisboa)

Estes trabalhos consistiram no acompanhamento arqueológico da empreitada de obra pública para requalificação do Cais do Sodré/Corpo Santo (Lisboa) e na escavação arqueológica de sondagens no Largo do Corpo Santo. O acompanhamento arqueológico decorreu entre 1 de Dezembro de 2015 e 31 de Dezembro de 2016, com interregnos durante o mês de Maio do ano transato e entre dia 1 e 12 de Dezembro de 2016. Por sua vez, a escavação arqueológica decorreu entre 23 de março e 14 de abril do ano passado, com interregnos pontuais.

O acompanhamento arqueológico da empreitada, no período de tempo respeitante ao presente relatório revelou a presença de uma camada arqueológica constituída por fragmentos e escória de vidro, sendo (possivelmente) um despejo fabril.

Em termos de evidências arqueológicas, as estruturas verificadas no Largo do Corpo Santo (Sul) poderão tratar-se da antigas Oficinas do Arsenal da Marinha, as quais foram desmontadas na primeira metade do século transato, assim como as paredes (Este e Oeste) do Boqueirão do Arsenal, o qual ainda se mantinha em funcionamento na primeira metade do século XX.

Entre as duas paredes do «Boqueirão» observou-se a presença de uma estrutura da qual, todavia, não foi possivel aferir a sua função. No respeitante às estruturas do Largo do Corpo Santo (Norte), por intermédio das sondagens arqueológicas executadas no local, é possivel aferir que as evidências arqueológicas são pertencentes à antiga Igreja que se encontravam no local, no momento anterior ao terramoto, que assolou o país no ano de 1755.

Na Travessa do Corpo Santo observou-se a existência de um lajeado, o qual, pela direcção que os elementos pétreos apresentavam, demonstra a presença de um edificado com uma disposição distinto da actual, a qual fora cortado por um caneiro pombalino. Por fim, na Rua Bernardino Costa, em corte foi possivel observar a presença de um possível despejo de uma unidade fabril de produção vitrea, nomeadamente, garrafas de vidro.

Em termos de salvaguarda do património, as estruturas foram protegidas por manta geotêxtil, uma camada de inerte («pó de pedra») e uma camada de betão, excepção feita às estruturas referentes ao Boqueirão do Arsenal, o qual levou a alteração de projecto de modo a salvaguardar-se o património.

 

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