Largo Rodrigues Freitas, 10-11, Lisboa

Esta intervenção arqueológica, realizada no edifício sito nos nºs 10/11 do Largo Rodrigues de Freitas e Beco dos Frois, no âmbito do projecto de reabilitação urbana previsto para este imóvel, decorreu entre os dias 10 e 15 de Novembro de 2016.

Relativamente aos dados obtidos, foi possível aferir que o imóvel assenta exclusivamente sobre o afloramento rochoso calcário, não havendo perturbações de níveis arqueológicos propriamente ditos. O local apresentava um nível de aterro pertencente ao enrocamento do piso entretanto levantado, criando uma plataforma artificial com vista a regularizar um espaço acidentado, em virtude de se tratar da encosta do Castelo de S. Jorge.

Este enrocamento, contendo sedimentos areno-argilosos esverdeados e blocos calcários de pequena e média dimensão, fazem antever que foram consequência de um aproveitamento da matéria-prima local. Esta conclusão surge essencialmente porque todos os níveis abaixo são integráveis em contextos geológicos identificados para a cidade de Lisboa nas sondagens 1-6.

O afloramento rochoso que surge logo a seguir, é calcário corroborando então esta premissa. Da mesma forma, observando o nível de embasamento das fachadas do imóvel, verificou-se que os mesmos eram constituídos por blocos de grande dimensão calcários e mesmo o próprio afloramento rochoso presente na área.

A nível de espólio, fragmentos de azulejos de cor branca decorados com motivos vegetalistas e outros indeterminados de cor vinosa, o mesmo apresenta-se pobre do ponto de vista histórico, tendo sido apenas recolhido na camada superficial, pertencente ao nível de aterro já referenciado. Neste propósito, considerando a data de fundação do edifício (década de 30 do século XX), poderão tratar-se de materiais cronologicamente coevos com a fundação do imóvel.

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