Fábrica de Papel de Carnide - 2ª Campanha

A segunda campanha de trabalhos arqueológicos realizados na Fábrica de Papel de Carnide decorreu entre 28 de Agosto e 29 de Setembro de 2000 e inseriu-se numa estratégia de intervenção arqueológica preventiva, no âmbito da construção do novo edifício da Fulcar. O facto de a reestruturação arquitectónica afectar o sub-solo representou uma condicionante, já que o edifício se localiza no núcleo histórico de Carnide, em vias de classificação como Imóvel de Interesse Público, tendo mesmo aproveitado para a sua edificação construções prévias, nomeadamente o que poderia ser uma estrutura militar.

O conhecimento das diferentes ocupações do edifício é limitado, sabendo-se através das fontes escritas que existiram nesta zona construções do Século XVII. Do edifício constituído pelos Muros 1, 2, 10 e 11 não existiu qualquer evidência historiográfica clara, podendo apenas apontar-se algumas hipóteses que não se comprovaram de forma irrefutável pelos vestígios arqueológicos.

Os depósitos arqueológicos escavados em associação com estes muros representaram contextos secundários de deposição, não caracterizando o período de construção ou mesmo de utilização primeira deste edifício. A componente artefactual registada indicou uma ocupação habitacional/doméstica do espaço e não militar, o que não invalidou esta última hipótese já que se tratava de contextos secundários.

Assim, tendo em conta a informação recolhida durante as duas campanhas de escavações arqueológicas na Fábrica de Papel de Carnide, foi possível estabelecer áreas onde os vestígios arqueológicos se encontravam melhor preservados, distinguindo-se de outras que sofreram um processo de destruição anterior, não representando por isso zonas sensíveis a uma alteração no sub-solo.

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