Avenida Marginal do Parque da Cidade, Porto - 1ª Campanha

Quando a ERA-Arqueologia iniciou, em 16 de Agosto de 2000, os trabalhos de acompanhamento arqueológico no âmbito do projecto de requalificação urbana da Avenida Marginal do Parque da Cidade, as obras já decorriam há algum tempo. Tinham sido afectados por meio de escavação mecânica níveis naturais (geológicos) preservados, existindo a possibilidade de serem detectados artefactos pré-históricos, referidos em bibliografia desde os anos 40.

Os trabalhos decorreram até ao final do mês de Novembro de 2001, data a partir da qual se considerou que as movimentações de terra a efectuar não teriam um impacto negativo sobre o património arqueológico.

Relativamente aos materiais arqueológicos identificados, é de referir que foi identificado um nível de escórias em quase toda a extensão da obra, foram exumados fragmentos cerâmicos de cronologia recente em depósitos de aterro e foi recolhido material lítico talhado tanto em níveis geológicos preservados bem como nos níveis superficiais. Além disso, em função da recolha de lascas de quartzo e quartzito de cronologia pré-histórica durante as escavações mecânicas, foi realizada uma sondagem arqueológica que revelou a existência de mais artefactos num contexto de deposição geológica.

Lasca recolhida.

Com a descoberta desta realidade os trabalhos de acompanhamento deixaram de ter como enfoque apenas o estudo e salvaguarda do património arqueológico. No sentido de compreender melhor os contextos arqueológicos, foi realizado em parceria com a Prof.ª Doutora Maria Assunção Araújo da Fac. de Letras da Universidade do Porto um estudo da geomorfologia da área da obra, permitindo também um melhor conhecimento e salvaguarda deste património. Outra das linhas de pesquisa foi a de averiguar a origem do depósito de escórias, estudo que acabou por remeter para a evolução urbana desta zona da cidade.

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