Travessa André Valente, n.º 13, Lisboa

Os afazeres arqueológicos realizados no âmbito de um projecto para pedido de licenciamento de obras de alteração no edifício sito no nº 13 da Travessa André Valente decorreram entre 30 de Outubro e 4 de Novembro de 2015. Trata-se de uma casa originária do século XVII que resistiu ao terramoto de 1755, estando classificada como Imóvel de Interesse Público.

O plano de sondagens arqueológicas programado, e previamente aprovado pela DGPC (3 sondagens de diagnóstico), pretendia avalizar as intervenções exteriores previstas no projecto. Estas consistiam na escavação da nova piscina, no rebaixamento do nível do pavimento na passagem coberta que liga o jardim Sul ao pátio central, e na redefinição da fachada do edifício virada ao jardim Sul, implicando a demolição de alguns elementos construídos numa fase mais recente.

A intervenção permitiu reconhecer que a área de jardim e respectivo corredor de acesso se caracterizava estratigraficamente por uma sequência de níveis de aterro contemporâneos, marcados pela presença de algumas infraestruturas e respectivas valas. Estas estavam assentes sobre depósitos dos finais do período moderno (século XVIII), localizados, em média, a 1,50m de profundidade.

No espaço do “balcão” (sond. 2), foi possível confirmar a actualidade deste espaço, tendo os seus alçados sido produzidos com silharia de calcário e cimento, e estando o seu interior totalmente aterrado com tijolo de “7” e telha actual.

No que concerne a medidas de minimização de impacte dos futuros trabalhos de construção, considerou-se não serem necessárias medidas especiais de protecção para além do acompanhamento arqueológico. Salientou-se, contudo, a possível presença de pré-existências, sobretudo a partir do 1.50m de profundidade, como o alicerce de muro identificado na sondagem 3, devendo-se, em caso de identificação de contextos preservados, consultar a DGPC com vista à definição de medidas adicionais.

 

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