Rotas das Linhas Defensivas de Torres Vedras, Núcleo da Serra da Aguieira

O diagnóstico do estado de preservação e plano de recuperação e arqueologia dos Fortes 40, 41 e 42, pertencentes ao circuito das Rotas Históricas das Linhas Defensivas de Torres Vedras, foi requerido à ERA pelo Município de Vila Franca de Xira, tendo os levantamentos e análises de campo sido realizados em 2010. Na altura desta intervenção, os monumentos encontravam-se protegidos juridicamente como património nacional ou em vias de classificação como tal.

A elaboração deste trabalho assentou, numa primeira fase, na recolha e consulta de bibliografia específica acerca do contexto histórico da Guerra Peninsular e seus impactos locais, bem como acerca das técnicas de construção das estruturas defensivas que compõem as Linhas de Torres Vedras. Os trabalhos prosseguiram com uma observação e registo realizados sobre os elementos arquitectónicos, de maneira a identificar os imóveis, as suas patologias e respectivas intensidades, para assim equacionar as melhores soluções de conservação e restauro, tendo por base as várias cartas internacionais para a preservação de património arquitectónico.

Assim, avançou-se com a proposta de um conjunto articulado de trabalhos, com o objectivo de determinar as melhores opções para os elementos patrimoniais em causa. Dadas as especificidades de cada acção a desenvolver, apresentámos metodologias gerais ou particulares, dependendo do faseamento dos trabalhos a realizar.

O principal objectivo foi dotar a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira de um instrumento de trabalho que permitisse fundamentar a decisão de implementação dos trabalhos referidos anteriormente sobre a Linha de Torres Vedras. Em função dos dados recolhidos e da observação efectuada nos diversos locais foi possível determinar as áreas de maior sensibilidade arqueológica e que, por tal, deveriam ser sujeitas a trabalhos de minimização de impactos.

Com estes trabalhos pretendeu-se não só salvaguardar o património de eventuais acções prejudiciais que decorressem do processo de criação da rota, mas também contribuir para o enriquecimento dos discursos expositivos a produzir para cada local. A esse propósito é de salientar a importância das escavações arqueológicas no âmbito do esclarecimento de dúvidas acerca da localização exacta de determinados elementos arquitectónicos representados (ou não) em plantas da época; as suas técnicas de construção e funcionalidades; a vivência quotidiana das tropas, entre outros aspectos.

Fez também parte deste trabalho um projecto de arranjo paisagístico, para os dois conjuntos de Fortes, (114A e 114B conjunto da Subserra e 40, 41 e 42 conjunto da Serra da Aguieira), bem como plano de segurança e saúde e plano de gestão de resíduos, para a implementação no terreno dos trabalhos definidos.

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