Blocos de Rega de Vale do Gaio e Adutor de Vale do Gaio, Horta do Pinheiro 6

Esta intervenção foi realizada no sítio Horta do Pinheiro 6, no âmbito da execução dos Blocos de Rega de Vale do Gaio (Fase de obra) e do Adutor de Vale do Gaio (troço 4). A primeira fase de trabalhos decorreu entre os dias 3 e 6 de Março e a segunda de 11 a 13 de Maio de 2015.

Neste sítio identificaram-se 6 interfaces negativas tipo “fossa” e “fosso”, no decurso dos trabalhos de acompanhamento de decapagem de vala para a instalação do Adutor do Vale do Gaio (Troço 4), e da C1 do Torrão, entre os PK 0+530 e 0+615.

Numa primeira fase, relativa aos Blocos de Rega de Vale do Gaio, foram realizadas 3 sondagens, num total de 15,25m2, para caracterização de dois possíveis fossos e uma fossa. Numa segunda fase, correspondente ao Adutor de Vale do Gaio, foram executadas 3 sondagens, num total de 9,75m2, para caracterização de uma possivel estrutura negativa de forma alongada e duas fossas.

A sondagem 1 foi realizada sobre uma estrutura negativa linear, tipo fosso, com uma orientação sensivelmente Norte-Sul, atravessando transversalmente a vala associada à implantação da referida conduta de rega. Assim, apenas se intervencionou uma pequena área deste fosso, não sendo possível uma caracterização mais abragente da totalidade da estrutura e do possível recinto por ela delimitado.

No seu interior identificaram-se alguns materiais arqueológicos, nomeadamente, fragmentos cerâmicos que permitem um enquadramento cronológico no Neolítico Final, de acordo com datações radiocarbono então realizadas.

Este provável recinto de fossos juntou-se, assim, ao prolífero conjunto de sítios com estruturas negativas, compostos por fossos e/ou fossas abertas no substrato rochoso, que vêm sendo identificados no território alentejano.

Enquadrado neste panorama, o número de recintos de fossos conhecidos quintuplicou em pouco mais de uma década, conhecendo-se atualmente recintos que vão desde o Neolítico Final (como Juromenha 1, Malhada das Mimosas, Águas Frias, Cabeço do Torrão, recintos 6 e 8 dos Perdigões, Recinto 1 do Porto Torrão ou Ponte da Azambuja), passando pelo Calcolítico Pleno (Perdigões 3 e 4; Santa Vitória; Outeiro Alto 2; Xancra, Monte do Olival 1, Salvada) e chegando à segunda metade/finais do 3º milénio (Perdigões 1; Porto Torrão 2; Horta do Albardão 3) (Valera, 2012).

Nas restantes sondagens, as estruturas negativas identificadas revelaram-se de origem natural ou não arqueológica, não apresentando materiais ou contextos arqueológicos preservados.

 

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