Bloco de Rega de Brinches, Sub-Bloco Magoita, Monte da Magoita 1

A intervenção arqueológica realizada no sítio Monte da Magoita 1 consistiu na realização de 5 sondagens de diagnóstico nos locais do traçado da vala de rega onde a equipa de acompanhamento registara a presença de vestígios que apontavam a presença de estruturas negativas de origem antrópica.

Com o objetivo de caracterizar e proceder ao salvamento das referidas estruturas através do seu registo, os trabalhos de campo decorreram entre os dias 18 e 26 de Março de 2009, numa primeira fase, e entre os dias 27 de Abril e 8 de Maio, numa segunda fase. O resultado obtido com esta intervenção permitiu confirmar em todas as sondagens que efetivamente se tratava de estruturas negativas de origem antrópica.

No caso da sondagem 2, a análise dos resultados obtidos não permitiu chegar a uma conclusão quanto à sua origem. No entanto, a semelhança morofológica observada entre esta estrutura e outras registadas no processo dos trabalhos realizados no Bloco de Rega de Brinches (como o Zambujeira 1 ou o Ribeira de São Domingos 1), onde se registou material cerâmico ou depósitos de carvões no seu interior, possibilitou pensar que a interface negativa identificada era de origem antrópica.

                                 Estrutura negativa com material cerâmico.

No que se refere ao enquadramento cronológico e cultural das estruturas negativas, somente pudemos avançar conclusões para três dos casos, as sondagens 1, 4 e 5, dado que no caso da sondagem 3 apenas se identificou o enterramento de um indivíduo sub-adulto sem espólio associado.

Nas estruturas registadas nas sondagens 1, 4 e 5, os vestígios materiais associados foram similares, podendo-se considerar que as três estruturas apresentaram uma mesma cronologia. De facto, a preponderância de formas típicas do Calcolítico, como são os pratos, permitiram estabelecer estas estruturas neste período. Contudo, no que se refere à sua funcionalidade, a inexistência de vestígios que nos permitissem discernir qual seria o seu uso, salvo no caso da estrutura da sondagem 3, impossibilitou a elaboração de hipóteses consistentes.

No que diz respeito à origem dos enchimentos que estas estruturas negativas apresentavam, unicamente no caso da sondagem 3 se pôde afirmar com certa segurança que o seu enchimento foi antrópico, dado que no interior desta estrutura negativa se registaram os vestígios de um enterramento.

Quanto aos depósitos identificados nas restantes estruturas, salvo no caso da fossa identificada na sondagem 4, onde a disposição dos materiais e a sucessão de depósitos de preenchimento fizeram pensar que a sua colmatação deveria ter sido intencional, nas restantes estruturas, dizia-se, preenchidas com depósitos de argilas, homogéneas e de grande espessura, poderia estar-se ante um abandono e posterior colmatação pela ação da natureza e os vertidos ocasionais de detritos.

Por último, é necessário apontar que, dado que não se realizou um estudo profundo dos vestígios cerâmicos registados, as conclusões respeitantes à cronologia foram preliminares, e apenas o estudo mais pormenorizado permitiria apresentar conclusões mais sólidas.

Cofinanciado por: