Villa Romana de Freiria, Cascais

2017

A ERA levou a cabo trabalhos de conservação e restauro na Villa Romana de Freiria, em São Domingos de Rana, Cascais. Realizou-se a limpeza e desmatação do conjunto de estruturas que constituem este sítio arqueológico, tendo por objetivo a sua salvaguarda, recuperação e manutenção para o futuro. 

Estes trabalhos foram adjudicados pela Câmara Municipal de Cascais e decorreram entre 13 de Setembro e 13 de Outubro de 2017. Contemplaram a intervenção de uma área total de aproximadamente 3500 m2, incluindo: registo sistemático antes, durante e no final de cada intervenção; limpeza e desinfestação de estruturas de alvenaria e sua envolvência; elaboração de relatório final.

Após os trabalhos de limpeza, procedeu-se ainda a um levantamento fotográfico e vídeo, aéreo, com apoio de Aeronave Não Tripulada (Drone), assim como a um levantamento fotogramétrico integral do sítio, que permitiu a elaboração de uma representação precisa e tridimensional do mesmo.

 

2020

No Outono de 2020, a ERA executou uma intervenção de conservação e restauro sobre o pavimento de mosaico existente numa secção da villa romana de Freiria e restantes estruturas arqueológicas no perímetro do mosaico, tendo sido consolidada toda a área do compartimento e respetivos muros limítrofes.

O objetivo foi integralmente alcançado, uma vez que o pavimento foi alvo de um conjunto de operações que travou o processo de decaimento em que se encontravam as tesselas, tais como a remoção da rede de sombra, a desinfestação biológica e consequente extermínio de raízes que são extremamente prejudiciais para as estruturas existentes.

Realizou-se uma limpeza que beneficiou a leitura dos elementos e estabilizou-se o conjunto de tesselado, com a consolidação de todas as camadas do pavimento e muros adjacentes e aplicação de argamassa tradicional à base de ligante de cal natural em todas as estruturas para as estabilizar e corrigir.

O mosaico e muro foram estabilizados e conservados, tendo as estruturas arqueológicas ficado beneficiadas, podendo agora perdurar no tempo de forma digna. A exposição de forma permanente desta área intervencionada (sem a proteção atual de geotêxtil e areia), requer obrigatoriamente a construção de uma cobertura aérea que impeça a precipitação direta atualmente existente sobre o compartimento. A ação ambiental e direta sobre este pavimento seria nefasta e aceleraria o seu processo de degradação.

Na perspetiva da abertura permanente a um circuito de visitantes, recomendou-se a realização de um plano de manutenção do local. Para além da manutenção periódica do equipamento básico, deveria ser criado ainda uma calendarização de ações sistemáticas de desinfestação biológica, bem como a inspeção e registo da evolução do estado de conservação dos elementos patrimoniais, criando um ficheiro fotográfico e descritivo com o desenvolvimento e historial do sítio.

Estas medidas permitirão que no futuro o pavimento seja usufruído pelo público, sendo que o pavimento com tesselas é uma das estruturas arqueológicas da villa que pode suscitar maior interesse por parte dos visitantes comuns.

 

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