Plano de Acessibilidade Suave e Assistida à Colina do Castelo – Percurso da Graça (Lisboa)

Estes trabalhos arqueológicos de diagnóstico foram realizados no âmbito do PLANO DE ACESSIBILIDADE SUAVE E ASSISTIDA À COLINA DO CASTELO – PERCURSO DA GRAÇA, projeto que implicava a afetação de áreas com potencial arqueológico (inseridas em Zonas de Intervenção de nível I do PDM). Desenvolvidos entre os dias 10 de Agosto e 15 de Setembro de 2015, os trabalhos consistiram na abertura de 5 sondagens de dimensões e profundidades variáveis.

A sondagem 1 foi implantada de modo a coincidir com o presumível traçado da cerca fernandina nesta zona, no entanto, até à cota atingida (4m de profundidade) não foi possível localizar a cerca fernandina nem foi encontrado qualquer vestígio da existência da mesma. De facto, em trabalhos sob a responsabilidade da empresa Arqueologia e Património, a muralha foi identificada a sudeste da sondagem 1, entre esta sondagem e a atual igreja da Graça.

As sondagens 1 e 2, dado a sua proximidade, são as que apresentaram maior semelhança entre si, quer a nível de contextos quer a nível cronológico, tendo ambas um primeiro nível com depósitos e valas de cronologia contemporânea até cerca de 1m de profundidade. Em termos cronológicos as duas sondagens iniciam-se com contextos enquadráveis no século XX, sendo os depósitos mais antigos datáveis no século XVI/XVII.

Na sondagem 3 foram apenas registados níveis de aterro/entulho. A análise preliminar dos materiais recolhidos permitem apontar uma datação para a formação destes contextos nos séculos XV/XVI. A sondagem 4, para além dos depósitos de aterro/entulho, apresentava uma escadaria construída com barrotes de madeira reaproveitados de uma linha de comboio, sendo todos os contextos registados enquadrados na segunda metade do século XX.

Na sondagem 5 apenas foi escavado e registado um único depósito argiloso esverdeado de origem natural, sem qualquer material arqueológico associado. Para além da muralha fernandina, a área a intervencionar posteriormente incide sobre uma zona de possível necrópole (foram identificados restos ósseos humanos em contextos de aterros). pelo que se salientou a necessidade de avaliação do estado de conservação/delimitação da necrópole pertencente à igreja da Graça.

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