Travessa Álvaro Anes, n.º 30-36, Setúbal

Os trabalhos arqueológicos realizados no âmbito do projeto de reabilitação de um edifício localizado na Travessa Álvaro Anes, n.º 30-36, em Setúbal, decorreram entre os dias 25 e 26 de Novembro de 2019. A intervenção consistiu na abertura de uma sondagem para diagnóstico arqueológico na área afeta ao projeto de reabilitação do atual edificado. 

Os dados obtidos no decorrer destes trabalhos permitiram a identificação de evidências da ocupação original do edificado. Numa fase recente referente à utilização deste espaço em época contemporânea, foi possível identificar um piso em azulejo hidráulico.

O faseamento oitocentista corresponde ao processo de construção do atual edifício, enquadrável entre meados do século XVIII e inícios do seculo XIX. Neste momento ocupacional, incluímos a identificação de um pavimento em tijoleira que terá sido colmatado por depósitos de aterro e subsequente subida de cota em época contemporânea. 

Numa fase anterior, foi possível identificar vestígios arqueológicos correspondentes possivelmente a uma ocupação da primeira metade do seculo XVIII. Na área diagnosticada, foi possível identificar uma estrutura sub-quadrangular, correspondente a dois muretes com reboco esbranquiçado nas superfícies externa e interna, associada a vestígios de uma preparação em pavimento e vestígios ocasionais de pavimento em tijoleira. 

Estes vestígios ocupacionais terão sido aterrados por depósitos usados na colmatação deste espaço e subsequente subida de cota para ocupação do atual edificado, enquadrável no decorrer da reconstrução pombalina de Setúbal. 

Grosso modo, as realidades arqueológicas predominantes neste sítio correspondem ao processo de reconstrução pombalina no qual se inclui o atual edificado, decorrido entre finais do século XVIII e inícios do século XIX, e a reformulações posteriores de época contemporânea. Sob estes níveis, foi possível observar ocasionais vestígios correspondentes à ocupação da área possivelmente na primeira metade do século XVIII, não tendo sido identificados outros contextos ou estruturas arqueológicas anteriores.

Face ao exposto, considerou-se o diagnóstico arqueológico terminado e preconizou-se o desbloquear da área para a realização dos trabalhos de execução das fundações no decorrer da empreitada, remetendo-se para acompanhamento arqueológico todos os trabalhos que implicassem afetações no subsolo e movimentação de terras neste mesmo espaço e áreas anexas.

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