Palácio Silva Amado (Campo Mártires da Pátria, Lisboa)
Os trabalhos arqueológicos de diagnóstico realizados no âmbito do projeto de ampliação e alteração do Palácio Silva Amado (Campo Mártires da Pátria, Lisboa) decorreram entre Janeiro e Julho de 2018. Foram programadas inicialmente 6 sondagens de diagnóstico arqueológico e 3 de inspeção geotécnica de estabilidade das fundações do edifício atual.
A área de cada sondagem, bem como a sua localização, teve em conta as áreas a afetar pela construção do novo edifício, o que se observava à superfície e a evolução histórica do local. Por se situar numa área de elevado potencial arqueológico, foram implantadas 3 sondagens adicionais no interior do edifício.
No caso das sondagens na área do logradouro, os resultados mostram que a afetação realizada pela construção dos edifícios anexos ao palácio, construídos na primeira metade do século XX para a instalação naquele lugar dos serviços do Ministério da Educação, tiveram um profundo impacto na topografia natural do terreno. Como consequência, e a ter existido algum tipo de ocupação nestas áreas, observa-se que a sua afetação foi total, uma vez que não foram identificados contextos ou artefactos arqueológicos.
A sondagem 3 é a única onde foram identificados contextos arqueológicos preservados, podendo explicar-se tal situação pelo facto de esta ter sido, desde que existe cartografia da área, uma zona de jardim. O contexto identificado nesta sondagem corresponde a uma zona de despejo com materiais cerâmicos, enquadráveis entre os séculos XVII e XVIII, caracterizada por uma sucessão de distintos níveis de depósitos, uns com uma componente artefactual mais densa, outros com menor impacto de fragmentos cerâmicos.
Devido à cronologia da componente artefactual identificada, parece tratar-se de um contexto anterior à construção do Palácio Silva Amado, podendo estar relacionado com o convento de Santa Ana, edifício que se localizava nas imediações deste local.