Rua do Terreirinho, 39-41, Lisboa

Estes trabalhos de diagnóstico arqueológico foram desenvolvidos, em 2018, no âmbito da empreitada de reabilitação na Rua do Terreirinho, nº 39-41, em Lisboa. Decorreram em duas fases distintas: um diagnóstico arqueológico prévio e o acompanhamento arqueológico dos trabalhos de desenvolvimento do projeto.

A fase de diagnóstico permitiu uma primeira abordagem/avaliação, prévia a qualquer ação de construção, com a realização de duas sondagens arqueológicas implantadas nas diferentes áreas do projeto, num total de 4,5 m². Verificou-se que o piso do atual edifício assim como os seus alicerces se sobrepõem a realidades que correspondem a aterros, datados entre a segunda metade do século XVII e a primeira metade do século XVIII.

Na sondagem 1 foi ainda possível verificar que tanto os depósitos como as sapatas do edifício se sobrepõem a alicerces de um edifício mais antigo. Contudo, de acordo com a cota de afetação de obra, estas realidades pré-existentes não foram afetadas, tendo sido preservadas in situ. 

No que se refere à caracterização destas estruturas pré-existentes, além dos materiais cerâmicos identificados, a consulta da planimetria histórica, incluindo o mapa de Tinoco de 1650 e os registos feitos por Folque e Fava, permite concluir que neste local se mantém, pelo menos desde a segunda metade do século XVII, a mesma trama urbana, embora seguramente submetida a remodelações.

Apesar de os elementos identificados não colidirem com o projeto de execução das estruturas de fundação, foi efetuado o levantamento gráfico e fotográfico das realidades identificadas de forma a complementar o registo já existente.

Assim, os trabalhos de remoção de terras realizados associaram-se essencialmente à construção de novas fundações para o edifício, com a abertura de valas para sapatas e vigas de suporte, sem que fossem afetados quaisquer contextos arqueológicos preservados, confirmando-se o elevado grau de remeximento do subsolo na área intervencionada.

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