Edifício da Benetton, Rossio, Lisboa

CARACTERIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO INTEGRADO

Durante o mês de Agosto de 2008, a ERA-Arqueologia realizou trabalhos de caracterização da técnica construtiva e estado de preservação das cantarias das fachadas e dos painéis de azulejos existentes no futuro edifício da Benetton no Rossio, bem como a proposta de intervenção sobre os mesmos.

O objectivo foi identificar e documentar o património histórico integrado no edifício, definir a sua relevância e extensão no contexto actual, assim como caracterizar o tipo e a intensidade das patologias existentes, suas causas e consequências.

Tendo em conta a extensão do património azulejar presente no edifício, considerámos que este estava em relativo bom estado de conservação, nomeadamente, o suporte (paredes do edifício) dos painéis interiores.

Apesar do bom estado global, verificaram-se fenómenos de alteração generalizados em todos os painéis. Estes relacionavam-se com a existência de depósitos de sujidade, mais ou menos intensos e aderentes, formados por poeiras, gorduras, resinas, tintas e ceras, sobretudo junto aos rodapés e argamassas, de intervenções anteriores mal aplicadas, e o desgaste ou deficiente acabamento das juntas.

Assim, tendo em conta o estado dos painéis, mantendo elementos azulejares originais, considerámos que a recuperação dos mesmos deveria assentar numa perspectiva de preservação de um documento histórico, por forma a não comprometer as intenções do passado. Isto é, deveria ser dada prioridade à unidade de conjunto, independentemente da localização específica de alguns painéis.

 

CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Os trabalhos de conservação e restauro de painéis de azulejos do séc. XVIII existentes no edifício da Benetton foram realizados pela ERA para a Benetton Realty Portugal – Imobiliária, S.A. A intervenção de campo decorreu em duas fases, tendo a primeira sido realizada no segundo quartel de 2009 e a fase seguinte no início de 2010.

Os elementos azulejares em questão são os lambris, forras e barras/rodapé que revestem as paredes do 3º andar e os troços de escadaria deste imóvel. Tendo em conta o estado dos painéis, que mantinham elementos originais, considerámos que a recuperação dos mesmos deveria assentar numa perspectiva de preservação de um documento histórico. Isto é, foi dada prioridade à unidade de conjunto, independentemente da localização específica de alguns painéis.

Trabalhos de conservação e restauro.

Considerando a demolição de algumas paredes, devido à adaptação dos espaços às necessidades do presente, os painéis levantados foram recolocados nas novas superfícies criadas, bem como nas que não possuíam inicialmente azulejos. Estes foram restaurados em toda a sua extensão. No caso dos que se mantiveram no sítio, permaneceram as evidências das intervenções anteriores no que diz respeito à troca pontual de elementos individuais, permitindo dessa forma valorizá-los enquanto documentos do passado.

Os painéis deveriam ser alvo de observações regulares. Sabendo que, em Abril de 2010, os elementos de património integrado ficaram estabilizados, a evolução do seu estado de conservação poderia ser avaliada a partir de então, medindo e contabilizando alterações na situação de referência criada.


 

Cofinanciado por: