Escadinhas do Duque e Calçada da Glória, Lisboa

Esta intervenção visou definir os critérios que fundamentariam as acções de conservação e de arqueologia relativas ao troço de Muralha Fernandina existente na área do património edificado da CP, localizado a poente da Estação do Rossio, entre as Escadinhas do Duque e a Calçada da Glória. Os trabalhos de observação visual e de registo do estado de preservação do monumento decorreram em Dezembro de 2016.

O troço em causa constitui um elemento patrimonial muito relevante, não só por manter uma parte significativa da sua originalidade preservada, mas também como elemento integrante de um conjunto maior que lhe reforça o sentido. Assim, considerou-se que a recuperação do imóvel deveria assentar na perspectiva de preservação de documento histórico, arqueológico e pedagógico. Ou seja, sempre que possível, as acções a desenvolver privilegiariam a estabilização e consolidação do existente em detrimento de restauros descaracterizadores que comprometessem o espírito e as intenções que estiveram na génese da sua construção.

Refira-se que, nos anos de 2005 e de 2015, a ERA realizou sondagens nas Escadinhas do Duque (2005) e na Calçada da Glória (2015), não tendo sido, nesse âmbito, registada qualquer evidência material de carácter arqueológico. Contudo, as intervenções não excederam o 1,5 m de profundidade e restringiram-se à área de incidência de infraestruturas de abastecimento de água e telecomunicações (valas de 1 metro de largura).

Propôs-se então a realização das seguintes medidas de actuação: caracterização do estado de preservação; definição da estratégia de actuação nos aspectos atinentes às componentes de arqueologia e conservação e restauro; programação da execução de 10 sondagens parietais e 3 de sondagens/escavação arqueológica.

Os objectivos específicos eram esclarecer a natureza e a quantidade das anteriores intervenções arquitectónicas e de reabilitação sobre o monumento, a real dimensão do monumento e as relações arquitectónicas actualmente existentes entre o monumento e estruturas com ele relacionadas. Por sua vez, o diagnóstico do estado de preservação visaria caracterizar o tipo e intensidade das patologias que o monumento e seus componentes apresentavam, trabalho realizado a partir de uma análise visual detalhada e descrição das realidades observadas.

Por fim, ficou previsto que os resultados da intervenção fossem divulgados na página do Facebook da ERA-Arqueologia. Numa óptica de educação patrimonial junto da comunidade, e face aos resultados obtidos, seria ponderada uma acção de divulgação a nível local com eventual articulação com entidades públicas (ex. Centro de Arqueologia de Lisboa (CML), Junta de Freguesia, escolas; população local; administração e quadros da CP), sempre mediante acordo/autorização do promotor do empreendimento.

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