Av. da República, nº158, 160 e 162 e Rua da Barqueta nº 29, 31 e 33; Faro

Levada a cabo em 2019, esta intervenção corresponde à primeira fase de trabalhos de diagnóstico arqueológico realizados no âmbito do empreendimento de reabilitação do edifício que abrange os n.ºs 158, 160 e 162 da Avenida da República e os n.ºs 29, 31 e 33 da Rua da Barqueta, em Faro.

Refira-se que, como medida preventiva de minimização de impacte da obra sobre o património, a Direção Regional de Cultura do Algarve preconizara a realização de “escavações arqueológicas de diagnóstico”. A serem executadas de forma manual, deveriam abranger uma “área nunca inferior a 20% daquela que irá ser afetada pela obra e atingindo em profundidade a cota de afetação da mesma com a referida margem de segurança”.

Os trabalhos arqueológicos consistiram na realização de 2 sondagens, abrangendo uma área de diagnóstico de 6,56 m2. Na sondagem 1 foram identificadas estruturas de cronologia moderna/contemporânea, nomeadamente um poço e um pequeno muro. As construções das estruturas afetaram depósitos com materiais arqueológicos de cronologia moderna e romana.

No caso da sondagem 2, foram identificados níveis de aterro de cronologia moderna/contemporânea, que cobriam um depósito com materiais de cronologia islâmica. Foi ainda possível identificar uma estrutura em forma de L que atravessava a sondagem com uma orientação sensivelmente Norte-Sul, tendo uma inflexão para Noroeste sugerido assim que estávamos perante um compartimento. A estrutura em causa encontrava-se coberta pelos depósitos descritos acima.

Os depósitos que encostavam à estrutura a Este continham fragmentos de sigillatas, cerâmica comum, de ânforas e de outros recipientes de armazenamento cronologicamente enquadráveis no período romano. No caso do que sugere ser o interior do compartimento, ao qual nos podemos referir como estando a Oeste, foi identificado um depósito que continha materiais de cronologia moderna e romana, sendo que os materiais modernos podem ser intrusões provenientes dos níveis de aterro referidos anteriormente.

É possível colocar a hipótese de estarmos perante uma área compartimentada. Sendo que a estrutura identificada poderá ser um tanque romano ou uma cetária, podendo estar interligada a outras estruturas semelhantes, pertencendo assim a um complexo de maior dimensão.

Perante estes resultados, os trabalhos de diagnóstico efetuados foram considerados insuficientes para garantir que a área da possível futura empreitada estava devidamente caracterizada, de modo que preconizámos a realização de novas sondagens de diagnóstico, em fase prévia à empreitada.

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