Casa do Governador, Belém, Lisboa

A Casa do Governador da Torre de Belém representa um importante passo na compreensão de uma das mais importantes atividades económicas durante o período romano na Lusitânia. A identificação do sítio resultou de trabalhos arqueológicos decorrentes da construção de um hotel e como consequência deste edifício ser um imóvel em vias de classificação, situado na Zona Especial de Proteção da Torre de Belém e do Mosteiro dos Jerónimos, decorrendo desse estatuto a necessidade de se realizarem sondagens de diagnóstico com o objectivo de determinar o potencial arqueológico da área.

A intervenção da ERA-Arqueologia neste local permitiu a identificação de uma unidade de produção de preparados de peixes de grandes dimensões, numa área periférica à cidade de Olisipo. “Apresenta planta retangular, com os tanques a organizarem-se em torno de um pátio central. Entre o Pátio a fiada principal de tanques existe um corredor de circulação, no qual se identificaram tanques de menores dimensões e estruturas circulares relacionadas com a limpeza da área de produção (Filipe, I. 2011).

“Ainda que o conhecimento de estruturas de época romana destinada à produção de preparados de peixe remonte ao século XVI (Fabião, 2009b, p. 264), é na década de 80 do século XX que a exploração dos recursos marinhos se documentou como uma importante atividade económica do estuário do Tejo, primeiro com a identificação de uma unidade de produção em Cacilhas (Barros, 1982; Barros, Amaro, 1984-85M; Barros, 1994) e posteriormente em Lisboa, Casa dos Bicos (Duarte, Amaro, 1986). A presença deste tipo de estabelecimento em ambas as margens do rio enfatiza a importância desta atividade económica” (Filipe, I. 2011).

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