Largo das Mouras Velhas, Faro

A 2ª fase da intervenção arqueológica realizada no Largo das Mouras Velhas, em Faro, no âmbito da construção de um Parque de Estacionamento, decorreu em dois períodos distintos: entre 2 e 25 de Julho de 2007 e de 31 de Março a 22 de Abril de 2008. Enquadrou-se numa perspectiva de avaliação e melhor caracterização do sítio arqueológico sito na área do futuro Parque de Estacionamento e na sequência de uma primeira fase de sondagens realizadas em 2004.

Procedeu-se à realização de 13 sondagens arqueológicas, perfazendo, juntamente com as 4 na 1ª fase, um total de cerca de 340 m2, escavados manualmente e com recurso a meios mecânicos, sempre que as realidades observadas o permitiram. A sua localização foi definida de forma a obter cortes estratigráficos de todo o Largo (e espaço de estacionamento da Cruz Vermelha) e procurar estabelecer os limites da área de necrópole a ser afectada, para além do seu estado de conservação.

Sendo conhecido da bibliografia a existência de uma necrópole do período romano nesta área (em parte escavada no séc. XIX por Estácio da Veiga e no início do séc. XX por Abel Viana), é igualmente perceptível que, nas diferentes fases da evolução da malha urbana, este espaço junto ao antigo colégio dos Jesuítas (actual Teatro Lethes) correspondeu sempre a um largo de utilização pública.

De facto, as sondagens realizadas revelaram a presença diferentes depósitos de entulho e/ou aterro e vestígios de outros pisos de circulação do largo, como já havia sido registado nas sondagens da primeira fase em 2004. Os materiais recolhidos associados a estes níveis corresponderam, na sua quase totalidade, a um espólio genericamente datável do séc. XIX/XX (cerâmica comum, vidrada, faiança).

No lado Este do Largo, estendendo-se em direcção do Teatro Lethes, surgiram algumas sepulturas. Estas encontram-se a cerca de 40 cm abaixo do primeiro depósito de formação natural, identificado sob os distintos níveis de aterro, ou seja a cerca de 1,50 metros abaixo do nível actual de pavimento. Contudo, as sepulturas identificadas, num total de apenas três, não apresentaram qualquer evidência material ou vestígios de ossos.

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