Alargamento da A8 – Lanço CRIL – Loures, sítio da Flamenga

No âmbito do acompanhamento arqueológico da empreitada de Alargamento da A8 – Lanço CRIL – Loures, realizou-se uma sondagem arqueológica de caracterização no Km3 +575, num lugar designado por sítio da Flamenga. Visou-se a implementação de medidas de minimização decorrentes da necessidade de averiguação, em termos de valor científico e patrimonial, dos vestígios detectados neste sítio.

A intervenção consistiu, com efeito, na abertura e escavação manual de uma sondagem arqueológica, com uma área geral de cerca de 8m2, implantada de forma a abranger o troço SO da estrutura posta a descoberto, bem como integrar o corte do talude (à vista neste ponto) na escavação, ou seja, o corte Oeste desta sondagem. Os trabalhos decorreram entre 6 e 12 de Julho de 2010.

A primeira fase consistiu na limpeza geral da área e do Corte Oeste, de modo a levantar uma planta geral inicial e integral da estrutura, acção fundamental para o registo e posterior análise destes elementos e, consequentemente, para a compreensão dos mesmos. De seguida, efectuou-se a escavação em profundidade nas áreas anexas à estrutura, de modo a registar e documentar estratigraficamente contextos associados à mesma, tendo-se atingido os níveis naturais.

Por último, escolheu-se uma secção da estrutura, com cerca de 1,30m de largura por 3m de comprimento, tendo-se desmontado e escavado estratigraficamente esta faixa de modo a compreender a técnica de construção e o contexto arqueológico da mesma, bem como obter elementos de datação. Com isto, visava-se o estabelecimento de uma estratigrafia completa e, consequentemente, a interpretação do sítio.

O elemento pétreo do sítio da Flamenga remete para um dos componentes de uma estrutura hidráulica, que integraria um sistema de condução e abastecimento de água mais vasto, cuja morfologia e técnica de construção (argamassa de cal e cerâmica moída) o aparenta com alguns canais de aqueduto romanos. A presença de uma série de sítios de ocupação romana nesta área, nomeadamente o sítio das Almoinhas ou a villa Frielas, sugere que a estrutura agora intervencionada possa ter abastecido alguns destes locais ou outros similares. Ficou, no entanto, por estabelecer esta relação.

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