Ruínas Lusitano-Romanas da Boca do Rio, Budens, Vila do Bispo

Realizados em Outubro e Novembro de 2010, os trabalhos arqueológicos relativos à “Intervenção de emergência para salvamento de mosaico romano nas Ruínas Lusitano-Romanas da Boca do Rio (Budens, Vila do Bispo)” foram adjudicados à ERA-Arqueologia pela Direcção Regional de Cultura do Algarve.

O objectivo foi o levantamento em placas do pavimento de mosaico e transporte do mesmo para instalações da Câmara Municipal de Vila do Bispo. Tal deveu-se ao risco de desaparecimento do pavimento dada a erosão da praia em consequência do avanço do mar, que praticamente chegava ao referido pavimento. Com efeito, a acção de conservação e restauro visou garantir a preservação do tesselado existente nas zonas “C” e”D” do sítio arqueologico da Boca do Rio, o que foi integralmente alcançado.

Ao contrário dos bens patrimoniais móveis que, após a sua conservação e restauro, podem ser colocados em ambientes onde os agentes de alteração são controlados com grande rigor, no caso de elementos imóveis presentes ao ar livre tal é extremamente complicado de obter. Com estes trabalhos foi possível, para além de impedir a destruição do pavimento devido à erosão promovida pelo mar, transformar uma situação inicial de bem patrimonial imóvel em bem patrimonial móvel.

Contudo, o pavimento permaneceu ao ar livre, mantendo-se parte dos problemas respeitantes ao controlo de condições ambientais. Aconselhámos por isso que, numa primeira fase, o pavimento fosse colocado num espaço onde existisse um maior controlo das condições atmosféricas e, numa segunda fase, fosse possível colocar as placas em suportes móveis em que as tesselas passassem a estar na posição original.

A intervenção permitiu criar uma nova situação de referência que poderia ser avaliada ao longo do tempo. Esta avaliação deveria ser realizada no mínimo de seis em seis meses, para que se entendesse a evolução do pavimento durante as estações mais secas e as estações mais húmidas. Salientámos, igualmente, que prolongar situações de alteração como as descritas envolve normalmente mais encargos do que a implementação de pequenas acções periódicas, dado que o desencadear e a evolução de algumas patologias pode ser acelerado e exponencial.

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