Carta Arqueológica do Concelho de Peniche

Adjudicada pela Câmara Municipal de Peniche, no âmbito da revisão do Plano Director Municipal desta cidade, a ERA levou a cabo acções arqueológicas de relocalização de sítios entre 10 e 27 de Abril de 2017. O objectivo foi actualizar informação referente a 26 sítios constantes da Carta Arqueológica do Concelho de Peniche (Moura, 1987) e, também, prospectar 4 áreas previamente definidas como sensíveis devido à sua posição no território.

Baseando-se em novos dados existentes para o actual território de Peniche, a intervenção permitiu avaliar todos os sítios que constavam do plano de trabalhos apresentado, bem como identificar 3 novas ocorrências nas zonas prospectadas.

De facto, à luz das novas evidências, é natural que alguns sítios não tenham já a mesma expressão de valor patrimonial, uma vez que existe hoje uma maior diversidade. A sua quase totalidade, correspondendo a achados isolados e classificados como sítios de ar livre, consiste num conjunto de palimpsestos em terraços de praias elevadas ou fluviais, sem contexto arqueológico preservado e inseridos em depósitos de cascalheira.

Dentro dos sítios da pré-história recente, um de elevado potencial é o Povoado do Paço, pela sua raridade na região e pelo próprio contexto geográfico em que se insere. Contudo, este podia já estar relativamente destruído pela actividade florestal de plantio de eucaliptos. Também o sítio da Estrada apresentou indícios de uma ocupação deste período.

Do período romano não foram identificados vestígios em Águas Figueiras, uma vez que os terrenos se encontravam bastante alterados, e talvez porque os elementos encontrados em trabalhos prévios correspondiam a achados isolados que podiam ter vindo de outros lados.

Por fim, e para épocas mais recentes, foi identificado um novo sítio, Barros 1, correspondendo a um forno de cal de grandes dimensões. Além disso, foi actualizado o sítio denominado Fortim do Baleal, uma vez que foi identificado um concheiro que não se encontrava registado no local.

Feita esta descrição, considerou-se que os objectivos propostos no início deste trabalho foram alcançados, ficando a autarquia, nomeadamente o gabinete de arqueologia da Camara Municipal de Peniche, com informação concreta para a gestão do património relocalizado, de forma a enquadrá-lo no processo de revisão do Plano Director Municipal.

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