Subconcessão do Baixo Alentejo, Lanço A, Enxacafres 1

Estes trabalhos arqueológicos de diagnóstico (sondagens) efetuaram-se numa área a afetar pelas obras de construção do Lanço A – IP8 – Nó do Roncão (IC33)/Nó de Grândola Sul (IP1), englobado na Subconcessão do Baixo Alentejo, e decorreram entre os dias 13 e 17 de Setembro de 2010.

No âmbito do Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução, fora identificado um potencial sítio arqueológico, designado por Enxacafres 1. Tratava-se de uma mancha de ocupação com materiais moderno-contemporâneos numa plataforma ligeiramente aplanada em encosta suave, com materiais cerâmicos de superfície numa área de cerca de 30 m de diâmetro.

Com o intuito de averiguar a efetiva existência de contextos preservados, estabeleceu-se a realização neste local de 4 sondagens de 1,5 m X 5 m (num total de 30 m2) nas áreas a afetar. As sondagens incidiram numa área onde não se verificou a presença de contextos arqueológicos preservados.

A estratigrafia revelou-se bastante simples, composta maioritariamente por uma cobertura vegetal com dimensões mais ou menos regulares e cuja espessura aumentava à medida que se descia na encosta. Nas camadas subsequentes, constituidas por rocha ou pré-geológico, não foram detetadas quaiquer evidências materiais ou estruturais. Os materiais detetados e recolhidos abundavam à superficie mas não se detetaram em camadas inferiores.

Os materiais recolhidos à superfície foram balizados em cronologias recentes, relacionando-os com uma pequena construção de apoio agrícola com paredes em adobe. A par desta suposição, considerámos fiável um testemunho oral de um pastor local (Senhor Henrique). A recolha testemunhal permitiu aferir que no topo do Monte existia uma casa que há cerca de 20 anos tinha sido abandonada e destruída. Tal situação explicava a presença de cerâmica contemporânea no local.

Face aos dados recolhidos, não pudemos descurar que a área por nós dirigida correspondia apenas a uma amostra da superfície total que seria alvo de trabalhos de construção da Auto – Estrada da Subconcessão do Baixo Alentejo. Assim, considerámos pertinente a proposta das seguintes medidas de minimização de impacte: acompanhamento permanente de um arqueólogo durante todas as fases de obra que implicassem remoção de subsolo; registo gráfico e fotográfico de eventuais realidades arqueológicas que fossem detetadas, com respetiva leitura estratigráfica.

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