Herdade do Roncão, Reguengos de Monsaraz, Monte Roncão d'El Rey

No âmbito do Processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) do Projecto de Reabilitação do Monte Roncão D’El Rey, programou-se um conjunto de trabalhos arqueológicos com carácter de diagnóstico, procurando determinar o potencial arqueológico do imóvel, averiguar a possível existência de ocupações humanas anteriores e compreender melhor a área edificada do referido Monte.

Assim, realizaram-se onze sondagens parietais nas mais representativas estruturas do conjunto arquitectónico e oito sondagens de subsolo em diferentes locais para aferir a possível existência de contextos arqueológicos preservados. Nas diferentes sondagens de subsolo foram identificados diversos níveis de entulho, associados a momentos de abandono ou remodelação deste espaço edificado, cobrindo o substrato geológico em xisto.

Estes níveis de entulho caracterizam-se pela presença de materiais de construção e pela quase ausência de cerâmica de uso quotidiano que permitisse apontar cronologias. Mesmo assim, verificou-se a presença de alguns fragmentos de faiança e de cerâmica comum do Período Moderno, nomeadamente dos séculos XVII, XVIII e XIX.

Foi possível identificar alguns níveis de pavimentação que demonstram diferentes momentos de remodelação do espaço edificado, nomeadamente calçadas e pisos em argamassa ou em tijoleira. Estes pavimentos surgem novamente associados a fragmentos ocasionais de cerâmica do mesmo período, surgindo como testemunho de vivências ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX.

Para além destas realidades arqueológicas não se identificaram outros contextos arqueológicos preservados indiciando ocupações humanas anteriores deste espaço. As sondagens parietais permitiram observar os aparelhos e métodos construtivos em diferentes edifícios deste conjunto arquitectónico, deixando, desde logo, compreender que a alvenaria de pedra e tijolo foi o método escolhido para as distintas construções.

Após a realização do diagnóstico arqueológico no Monte Roncão d’El Rey, não tendo sido identificados contextos arqueológicos preservados indiciando ocupações mais antigas deste espaço, a continuação dos trabalhos de reabilitação do mesmo deveriam prosseguir com acompanhamento arqueológico, nomeadamente durante os trabalhos que implicassem remoção de terras e afectação do subsolo, bem como afectação de partes edificadas do conjunto arquitectónico.

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