Rua Augusta, 285 a 289, Lisboa

As sondagens arqueológicas efectuadas no Edifício da Rua Augusta, 285 a 289, em Lisboa (Edifício Benetton), decorreram entre 23 de Março e 6 de Abril de 2009. Inseriram-se no âmbito das medidas de minimização de impactes sobre o património arqueológico face à afectação prevista pela implantação de sapatas, projectadas em virtude da reabilitação do edifício.

Os resultados do diagnóstico arqueológico demonstraram a relevância patrimonial e científica dos contextos arqueológicos existentes nas áreas a afectar pelo projecto. Dada a relevância das estruturas identificadas, elaborou-se um planeamento e dimensionamento das intervenções arqueológicas complementares.

Neste sentido, foram realizadas 9 sondagens arqueológicas no interior do edifício (Sondagens 1 a 9). A escavação manual das sondagens evidenciou a existência das estruturas pré-pombalinas, prévias à edificação do actual edifício, assim como troços da antiga calçada de rua, também coincidente com o traçado urbano anterior ao terramoto de 1755, e um poço contemporâneo ao edifício pombalino.

 

ACOMPANHAMENTO ARQUEOLÓGICO

As acções de acompanhamento arqueológico incidiram sobre os trabalhos de rebaixamento de todo o pavimento para construção de um novo ensoleiramento, permitindo observar realidades associadas às identificadas durante o diagnóstico arqueológico prévio.

Destacou-se a identificação de uma grande área de calçada e alguns muros delimitando compartimentos para os quais se apontou uma cronologia anterior à reformulação urbana, ocorrida após o sismo de 1755, dando origem à actual Rua Augusta e à edificação deste edifício.

A cartografia pré-pombalina da cidade de Lisboa documenta a presença destas estruturas desde o século XVI, nomeadamente nas obras de Bráunio, possibilitando relacioná-las com os antigos edifícios situados entre a Rua dos Escudeiros e a Rua dos Odreiros, que faziam esquina com a Praça do Rossio.

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