Igreja de São Roque (Galeria Anexa), Lisboa

A intervenção arqueológica na Galeria Anexa à Igreja de São Roque visou a caracterização arqueológica deste espaço de forma a fornecer dados que permitissem a elaboração do projecto de renovação com o menor impacte possível sobre o património histórico/artístico/arqueológico. Monumento Nacional desde 1910, a Igreja de São Roque é abrangida pela ZEP dos edifícios classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente.

Os trabalhos dividiram-se em quatro fases: sondagens parietais, picagem integral das paredes, remoção do pavimento e sondagens de diagnóstico. O objectivo das sondagens parietais foi a detecção de frescos pré-existentes à actual pintura. Foi possível identificar, nas sondagens 8 e 9, vestígios de um estuque mais antigo, mas sem qualquer pintura. Nas restantes sondagens, verificou-se a presença da parede original, em alvenaria, e de construções posteriores, já em tijolo industrial.

A picagem integral das paredes procurava traçar a evolução deste espaço ao longo dos tempos e permitir a integração, se pertinente, de alguns elementos no projecto actual. Registaram-se algumas alterações à concepção original do espaço, para além do que já se havia verificado nas sondagens parietais, com a identificação de uma camada de estuque mais antiga, que se reflecte no entaipamento de vãos.

Os dados obtidos nas sondagens de diagnóstico permitiram igualmente definir uma ocupação do espaço anterior à actual, em que alteou a cota do nível de circulação. Para além dos níveis de entulho, que implicaram um alteamento da cota de circulação, constatou-se pavimento em tijoleira na sondagem 2, sob um nível de entulho recente. Todos os vestígios identificados reportaram-se a contextos de Época Contemporânea.

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