Avenidas 24 de Julho e da Índia e Rua João de Oliveira Miguens, Lisboa

No quadro de um projecto imobiliário a implementar na zona de Alcântara, abrangendo a Avenida 24 de Julho, a Avenida da Índia e a Rua João de Oliveira Miguens, levou-se a cabo, em 2017, uma pesquisa histórico-arqueológica sobre a área de incidência e envolvente. Foi possível definir duas grandes áreas de sensibilidade arqueológica: a primeira de âmbito terrestre e a segunda relacionada com o rio Tejo e aterros da sua frente ribeirinha.

De maneira a criar as condições mais adequadas à execução do empreendimento, desde a fase de projecto à fase de obra, definiu-se um Plano Estratégico de Actuação Arqueológica. Este assentou nas seguintes acções, a implementar previamente ou em paralelo à obra: realização de sondagens geotécnicas (8 SPT); realização de sondagens arqueológicas de diagnóstico (6 unidades num total de 256 m2); realização de sondagens arqueológicas elípticas (2 unidades); escavações arqueológicas em fase de obra; acompanhamento arqueológico em fase de obra.

Estudou-se um vasto acervo bibliográfico e documental que incidiu na análise da iconografia e cartografia do Vale de Alcântara produzida nos últimos dois séculos. Além disso, consultaram-se as mais recentes teses académicas relativas a Alcântara (Património/Arqueologia/ Arquitectura), a mais relevante bibliografia publicada sobre esta zona de Lisboa e os relatórios de intervenções arqueológicas realizadas nas imediações.

Através da estratégia definida no Plano de Actuação, pretendeu-se contribuir para a implementação do projecto de obra de maneira sustentada. Teve-se em linha de conta que este espaço se localiza nas margens da antiga Ribeira de Alcântara, com tudo o que daí decorre em termos de vestígios relacionados com a vivência portuária e ribeirinha e com as ocupações do espaço enquanto zona de carácter eminentemente industrial.

A abordagem prévia de diagnóstico arqueológico permite recolher dados essenciais para a definição das medidas de mitigação a aplicar no âmbito das obras de implementação do empreendimento imobiliário do cliente, contribuindo de forma decisiva para a sua consistente gestão de projecto. Note-se que o diagnóstico pode ser alargado, caso as realidades detectadas o justifiquem, sendo também evidente que outras acções arqueológicas serão implementadas já em fase de obra, nomeadamente, o acompanhamento arqueológico da empreitada e uma escavação arqueológica.

 

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