Cerca de Santa Mónica, Évora

Os trabalhos arqueológicos na Cerca de Santa Mónica, em Évora, enquadraram-se numa perspectiva de esclarecimento das realidades arqueológicas já detectadas (1991 e 2002) na área a afectar pelas obras de urbanização previstas para o loteamento. Com efeito, inseriram-se no âmbito da minimização de impacte da construção de moradias, tendo como principal objectivo a caracterização funcional e cronológica do espaço.

Assim, na Sondagem 1 registaram-se dois muros (Muros 1 e 2), delimitando um espaço interpretado como contexto habitacional. Aqui, verificou-se a presença de manchas de combustão em dois momentos distintos, identificando-se, na fase mais antiga, uma lareira junto ao corte Sul.

Identificaram-se mais dois muros (Muros 3 e 4) na Sondagem 3; contudo, o facto de não estabelecerem uma relação física directa condicionou a interpretação dessa zona, não sendo possível com os dados disponíveis elaborar a sua caracterização funcional. Nas restantes sondagens, 2, 4 e 5, não se identificaram estruturas, apenas depósitos e/ou derrubes, com excepção para a Sondagem 5, onde se registou um alinhamento de blocos de difícil interpretação.

Os materiais recolhidos foram na sua maioria cerâmica comum, pouco característica, e em alguns depósitos verificou-se a coexistência de materiais de cronologia romana e islâmica, tendo sido interpretados como pertencendo a uma fase em que a funcionalidade doméstica do espaço já tinha sido abandonada.

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